Quase cinco décadas após o desaparecimento de Jimmy Hoffa, um dos casos mais emblemáticos da história da máfia americana pode finalmente estar mais próximo de uma explicação. O líder sindicalista, desaparecido em 30 de julho de 1975, teria sido assassinado pela família criminosa Tocco–Zerilli, segundo revelações feitas na última semana por um trio de especialistas em crime organizado.
Hoffa, que comandou a influente Federação dos Caminhoneiros (Teamsters), era conhecido por sua habilidade política e por suas conexões estreitas com a máfia. Na época, ele buscava retomar o controle do sindicato, movimento que desagradou figuras importantes do crime organizado, preocupadas em perder acesso ao fundo de pensão da entidade.
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Na data em que desapareceu, Hoffa havia marcado um encontro com dois mafiosos de peso: Anthony “Tony Pro” Provenzano, da Família Genovese, e Anthony “Tony Jack” Giacalone, chefe do crime em Detroit. O encontro seria no estacionamento de um restaurante em Bloomfield Hills, Michigan. Ele chegou a ligar para a esposa, dizendo que ninguém havia aparecido — e nunca mais foi visto.
O caso mobilizou centenas de agentes do FBI e deu origem a uma série de teorias da conspiração ao longo dos anos, incluindo a suposição de que Hoffa estaria enterrado sob um estádio em Nova Jersey.
Agora, o jornalista investigativo Scott Burnstein, o ex-promotor federal Richard Convertino e o ex-mafioso Nove Tocco apresentaram, durante uma palestra em Michigan, uma nova versão: Hoffa teria sido morto por ordem da família Tocco–Zerilli e levado para a Detroit Sausage Company, onde seu corpo foi moído e, depois, incinerado. A empresa, controlada pela máfia, foi posteriormente destruída por um incêndio suspeito. No local, hoje, há um complexo prisional.
Burnstein destacou a frieza dos envolvidos: “Eles achavam que tinham cometido o crime perfeito — e, de certa forma, conseguiram. Só não previram que o mundo continuaria falando sobre isso 50 anos depois.”
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O desaparecimento de Hoffa continua a alimentar o imaginário popular, sendo retratado em filmes como Hoffa – Um Homem, Uma Lenda (1992), estrelado por Jack Nicholson, e O Irlandês (2019), de Martin Scorsese, com Al Pacino no papel do sindicalista. Com as novas informações, a história ganha mais um capítulo — e talvez o mais próximo da verdade até agora.