Um estudo científico ofereceu interpretações sobre um antigo ritual macabro observado na Península Ibérica, há cerca de dois mil anos.
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Em regiões que hoje correspondem à Catalunha (Espanha), arqueólogos descobriram crânios humanos exibidos publicamente, alguns atravessados por pregos de ferro.
Os restos mortais da Idade do Ferro foram encontrados desde 1904 em diversos assentamentos e, até então, dividiam especialistas entre duas hipóteses: seriam relíquias veneradas de ancestrais ou troféus de guerra usados para intimidar inimigos.
Rubén de la Fuente-Seoane, arqueólogo da Universidade Autônoma de Barcelona e autor principal do novo estudo, propõe uma leitura mais complexa. Para ele, o significado das cabeças depende de a quem elas pertenciam e de onde eram colocadas.
A equipe analisou sete crânios de dois antigos assentamentos ibéricos: Puig Castellar, situado em uma colina com vista para o litoral, e Ullastret, capital do território conhecido como Indiketes. Ambos foram fundados por volta do século VI a.C., um período de crescente violência política, evidenciada pela presença de armas em sepultamentos e por ferimentos fatais, incluindo decapitações, em restos humanos.
A pesquisa também cita o massacre da vila de La Hoya, no vale do rio Ebro, destruída entre 350 a.C. e 200 a.C. Escavações realizadas em 2020 revelaram que o povoado foi incendiado e os corpos de homens, mulheres e crianças foram deixados onde caíram, com evidências de ferimentos causados por armas de metal, decapitações e desmembramentos.
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O estrôncio, presente na água e no solo, é incorporado aos dentes durante a infância e indica onde uma pessoa cresceu. O oxigênio, por sua vez, reflete fatores climáticos, como altitude e proximidade do mar. Juntas, as análises permitem reconstruir a história geográfica de um indivíduo.
