Um tablete de argila conhecido como Imago Mundi, considerado o mapa mais antigo do mundo, está oferecendo novas pistas sobre a possível localização da lendária Arca de Noé. Criado há cerca de 3 mil anos, o artefato apresenta representações da Mesopotâmia, incluindo o rio Eufrates, cercado por cidades, montanhas e territórios inexplorados, além de inscrições que descrevem histórias mitológicas.
Pesquisadores do Museu Britânico traduziram recentemente um trecho inédito das inscrições em escrita cuneiforme. O texto menciona o rei Utnapishtim, figura central no mito babilônico do dilúvio, que teria construído uma grande embarcação para sobreviver a uma enchente devastadora. Segundo o relato, essa arca encalhou em uma montanha chamada Urartu, identificada por muitos estudiosos como Ararat, local mencionado na Bíblia como o destino final da Arca de Noé.
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O novo estudo aponta para um detalhe curioso: uma orientação que sugere a localização da embarcação. O texto descreve um caminho a partir do quarto triângulo no mapa, indicando uma viagem de sete léguas até algo descrito como “tão espesso quanto uma embarcação parsiktu“. Esse termo raro aparece em outros textos relacionados ao dilúvio, fortalecendo a relação entre os mitos mesopotâmicos e a narrativa bíblica.
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Para Irving Finkel, curador do Museu Britânico e especialista em escrita cuneiforme, a descoberta destaca como histórias de diferentes culturas podem ter origens interligadas. “A similaridade entre os relatos é fascinante e sugere que uma narrativa influenciou a outra”, afirmou. A tradução do Imago Mundi pode oferecer novos caminhos para compreender as conexões entre mitos antigos e textos religiosos.
