Após três séculos de incertezas, um grupo de arqueólogos da Universidade Flinders, na Austrália, trouxe uma nova perspectiva sobre o naufrágio do Zuytdorp, um navio da Companhia Holandesa das Índias Orientais. A embarcação teria sucumbido a uma tempestade intensa, segundo a análise de registros históricos e padrões climáticos.
Os resultados, divulgados no Journal of Maritime Archaeology, destacam que o acidente, ocorrido em meados do século 18, não foi causado por erro humano, como se pensava anteriormente, mas por forças naturais imprevisíveis. “A tripulação tomou medidas conscientes para evitar a costa, o que exclui a hipótese de negligência”, afirmou Wendy Van Duivenvoorde, uma das pesquisadoras envolvidas.
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O Zuytdorp foi encontrado em 1927, próximo a Kalbarri, na Austrália Ocidental, mas somente em 1958 foi identificado com certeza. Teorias anteriores sugeriam que a falta de familiaridade com a região teria levado à colisão com a costa. Contudo, os novos estudos revelam que os mapas disponíveis na época eram suficientes para orientar os navegantes.
Ao identificar padrões climáticos severos registrados na região no período do acidente, os cientistas concluíram que uma tempestade pode ter sido responsável por empurrar o navio contra as rochas. “Nossa análise permite reescrever a narrativa do naufrágio, destacando o papel decisivo das condições meteorológicas”, explicou Ruud Stelten, líder da pesquisa.
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Além de resolver o mistério, a investigação busca localizar âncoras perdidas da embarcação, enquanto resgata a reputação dos tripulantes ao afastar a ideia de incompetência. Essa descoberta lança nova luz sobre a complexidade das navegações históricas e o impacto das forças naturais em eventos trágicos.