Durante quase duas décadas, ossos humanos apareceram de forma enigmática nas praias de Nova Jersey, nos Estados Unidos. Entre 1995 e 2013, fragmentos trazidos pelas marés foram recolhidos pelas autoridades sem que sua origem fosse esclarecida. Agora, passados quase 30 anos do primeiro achado, o mistério foi finalmente solucionado: os restos mortais pertencem a Henry Goodsell, capitão da escuna “Oriental”, naufragada em 1844.
A revelação foi feita por estudantes do Centro de Genealogia Genética Investigativa do Ramapo College, que reabriram o caso e dedicaram quase dois anos a análises de DNA e pesquisa documental. Segundo o New York Post, foi esse trabalho meticuloso que permitiu ligar os ossos ao jovem capitão, de apenas 29 anos à época de sua morte.
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“O fato de conseguirmos trazer respostas — mesmo quase dois séculos depois — mostra o poder da ciência e da persistência”, destacou Patrick Callahan, superintendente da Polícia Estadual de Nova Jersey.
Em novembro de 2023, os estudantes enviaram amostras dos ossos ao laboratório Intermountain Forensics, que processou o DNA e cruzou os dados com bancos genéticos. A análise apontou para parentes vivos em dois condados do estado de Connecticut. A partir dessa pista, a equipe seguiu para arquivos históricos.
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Foi então que os pesquisadores encontraram reportagens de dezembro de 1844 detalhando o naufrágio da escuna “Oriental”. Os jornais da época mencionavam que apenas um corpo havia sido recuperado e identificavam Henry Goodsell como o capitão do navio. Ele deixou esposa e três filhos pequenos.
A resolução do caso representa não apenas um avanço científico, mas também um gesto de respeito à história e à memória de uma família. Depois de 180 anos, os ossos do capitão finalmente têm nome e história reconhecidos.