Localizado no Parque Nacional de Isalo, em Madagascar, o sítio arqueológico de Teniky intriga especialistas há décadas e desafia explicações. Suas estruturas esculpidas na rocha destoam de tudo o que se conhece na região.
Pesquisas indicam que uma comunidade com raízes zoroastrianas, uma antiga religião persa, pode ter construído o local. Escavações lideradas pelo professor Guido Schreurs revelaram práticas funerárias típicas dessa religião. Isso sugere que os primeiros habitantes de Teniky chegaram por meio de rotas de comércio marítimo no Oceano Índico.
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Embora a descoberta do sítio arqueológico de Teniky não seja recente, sua localização remota dificultou estudos profundos. O acesso ao local exige uma caminhada de 20 km por terrenos acidentados, e as pesquisas dependem de apoio internacional. Porém, a situação mudou em 2019. Imagens de satélite revelaram que Teniky é muito maior do que se pensava, com terraços, câmaras e bacias de pedra até então desconhecidos.
O mais intrigante é a semelhança das estruturas com nichos funerários do Irã, datados do primeiro milênio. Esses nichos, chamados “dakhmas” ou Torres do Silêncio, eram usados para expor corpos ao ar até restarem apenas ossos, depois guardados em compartimentos. No entanto, nenhum osso foi encontrado em Teniky, levantando dúvidas sobre essa prática no local.
A cerâmica encontrada ali aponta para conexões comerciais surpreendentes, envolvendo o Sudeste Asiático e a China. Isso sugere que a comunidade de Teniky fazia parte de redes de comércio antes mesmo da chegada dos portugueses à região, no século 15.
As dúvidas continuam
Apesar das evidências, não há consenso entre os arqueólogos. Alguns acreditam que a comunidade adaptou suas crenças ao longo do tempo, criando uma cultura única em Madagascar. As perguntas, no entanto, continuam: Quem eram essas pessoas? Por que se estabeleceram em um lugar tão isolado? O que aconteceu com elas?
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O trabalho de escavação está longe de terminar. Em 2025, Schreurs e sua equipe planejam voltar ao local com tecnologia LiDAR, em busca de mais pistas. Até lá, o mistério em torno do sítio arqueológico de Teniky permanece intacto, guardando os segredos de uma civilização perdida no tempo.
