A australiana Virginia Giuffre, conhecida internacionalmente por ter denunciado abusos sexuais cometidos por Jeffrey Epstein, foi encontrada morta na última sexta-feira, 25, em sua propriedade rural. Ela tinha 41 anos e, segundo comunicado da família, tirou a própria vida. Dias após o ocorrido, parentes divulgaram a existência de um bilhete manuscrito deixado por Virginia, no qual ela faz um último apelo às vítimas de violência sexual.
A mensagem, revelada pela cunhada Amanda Roberts por meio das redes sociais, reforça o compromisso de Virginia com a luta por justiça. No texto, ela se dirige aos sobreviventes, pedindo que não desistam. “Mães, pais, irmãs e irmãos precisam mostrar que estamos juntos para lutar pelo futuro das vítimas”, escreveu. “Não sei se protestar é a resposta, mas precisamos começar por algum lugar.”
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Símbolo da exposição de uma das redes de tráfico sexual mais notórias do mundo, Giuffre denunciou, além de Epstein, a socialite Ghislaine Maxwell e o príncipe Andrew, da família real britânica. Sua coragem em romper o silêncio foi reconhecida internacionalmente, tornando-a uma das vozes mais ativas contra o abuso sexual institucionalizado.
Apesar da imagem de força, os últimos meses de vida de Virginia foram marcados por conflitos pessoais intensos. Segundo a família, ela enfrentava uma disputa judicial pela guarda dos três filhos, fruto do casamento de 22 anos com Robert Giuffre, de quem se separou. O ex-marido teria conseguido uma ordem de restrição que a impedia de ver os filhos, agravando seu estado emocional.
Em entrevista à revista People, Sky, irmão de Virginia, relatou que a irmã estava profundamente abalada com o afastamento forçado dos filhos. “Ela dizia que nenhuma dor física se comparava ao sofrimento de ser separada dos filhos”, contou.
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No início de abril, Giuffre havia feito uma publicação nas redes sociais mostrando machucados no rosto, afirmando ter sido atropelada por um ônibus. Na mesma postagem, escreveu que teria apenas “quatro dias de vida”, o que agora ganha contornos trágicos com a confirmação de sua morte.
A perda de Virginia Giuffre reacende o debate sobre o impacto duradouro dos abusos cometidos por Epstein e seus aliados, bem como a urgência de oferecer apoio efetivo às vítimas. Sua história, marcada por coragem e dor, continua a inspirar movimentos em defesa dos sobreviventes de violência sexual no mundo inteiro.