Arqueólogos desenterraram em Surrey, na Inglaterra, um poço romano de quase 4 metros de profundidade. Dentro, encontraram esqueletos humanos e animais, além de um objeto incomum: um osso peniano (báculo) de cachorro decorado com óxido de ferro. A descoberta, feita em 2015, foi analisada em dezembro de 2024 e publicada no Oxford Journal of Archaeology.
++ Criança de 8 anos faz descoberta científica que intrigava especialistas há mais de 100 anos
Ellen Green, responsável pelo estudo, acredita que o ocre vermelho no báculo foi aplicado de forma intencional. “Este é o único caso que encontrei de um pênis possivelmente usado como objeto ritual… Ele tinha muitas associações no mundo romano, sendo utilizado como amuleto de boa sorte e proteção contra o mau-olhado”, explicou a pesquisadora ao site LiveScience.
O poço também continha 21 esqueletos humanos e 282 de animais, como cães de pequeno porte, leitões e potros. Esses achados indicam temas ligados à fertilidade e renovação. A disposição dos restos humanos sugere manipulação ritual, com apenas um esqueleto encontrado intacto.
++ Arqueólogos encontram rara lâmpada de óleo de 1.700 anos em Jerusalém
Poços rituais eram comuns na Grã-Bretanha romana. Para Green, essas estruturas uniam a morte e a regeneração nas crenças locais. “Um poço cheio de mortos torna-se símbolo de nova vida”, escreveu. Mesmo com suas teorias, ela admite: “É um artefato muito único de um sítio muito único, mas, no fim das contas, é um pouco misterioso”, disse.