A popular história bíblica da Arca de Noé pode ter ganho uma nova versão inédita. Uma tábua de argila da Babilônia, descoberta em 1872 pelo arqueólogo George Smith, revela uma história parecida, mas com personagens de nomes diferentes.
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O texto, escrito há 3 mil anos, guarda a poesia épica de Gilgamesh, um herói que vai em busca de Utnapishtim, o “Nóe babilônico” para descobrir o segredo da imortalidade.
Nessa versão, o deus Ea envia um dilúvio para exterminar toda a humanidade, exceto Utnapishtim e sua família, que são avisados com antecedência para construir uma arca e enchê-la de animais antes da chegada das chuvas.
Segundo o livro Duplicity in the Gilgamesh Flood, as pessoas do conto, manipuladas à ajudar na construção, podem ter sido enganadas. Escrito pelo historiador Martin Worthington, da Universidade de Cambridge, a obra de 2019 demonstra como um truque de leitura nas nove linhas da poesia pode ter levado as personagens da história a construírem a arca em troca de uma falsa promessa de Ea.
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“O que as pessoas não percebem é que a mensagem de nove linhas de Ea é um truque: é uma sequência de sons que pode ser entendida de maneiras radicalmente diferentes. Embora a mensagem pareça prometer uma chuva de alimentos, seu significado oculto alerta para o Dilúvio”, explicou Worthington, em um comunicado.