Evidências de canibalismo cultural foram identificadas na Caverna Maszycka, na Polônia, revelando que, há cerca de 18 mil anos, grupos humanos consumiam corpos de forma sistemática. A descoberta foi feita por uma equipe internacional de arqueólogos do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social e do Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha. A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, sugere que o canibalismo poderia estar ligado a rituais ou conflitos entre grupos rivais.
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A análise de 63 fragmentos ósseos, usando microscopia 3D, confirmou marcas de corte e fraturas intencionais nos ossos. Esses sinais indicam que os corpos foram processados com o objetivo nutricional, descartando qualquer hipótese de um tratamento funerário. Os pesquisadores observaram que as vítimas foram consumidas logo após a morte, antes da decomposição, com destaque para a remoção de carne, cérebro e medula óssea.
Embora o canibalismo pré-histórico tenha sido documentado em outros sítios arqueológicos, a Caverna Maszycka não apresenta sinais de rituais como os encontrados em outros locais, como na Caverna Gough, no Reino Unido. Em vez disso, a manipulação dos corpos parece ser mais prática do que simbólica. O estudo sugere que os restos humanos foram consumidos como um recurso alimentar ou como uma forma de humilhação, especialmente em contextos de disputas territoriais.
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A pesquisa também revela que tanto os canibais quanto suas vítimas pertenciam ao mesmo grupo magdaleniano, o que indica que a violência pode ter sido fruto de disputas internas, e não de confrontos entre diferentes povos. No entanto, os cientistas alertam que o verdadeiro significado do canibalismo nesse contexto ainda é um mistério. Embora saibam que a carne humana foi consumida, ainda buscam entender os aspectos sociais e simbólicos dessa prática.