Uma busca marcada por angústia, esperança e incerteza teve um desfecho doloroso neste mês. Os restos mortais de Patricia “Pattie” Wu-Murad, desaparecida desde abril de 2023 enquanto fazia uma trilha no Japão, foram finalmente localizados e identificados por meio de testes de DNA. A confirmação foi divulgada pela própria família, que vinha coordenando esforços internacionais por respostas desde o sumiço.
A norte-americana, de 60 anos e mãe de três filhos, deixou uma pousada na cidade de Higashiōmi com destino a Osaka, em um trajeto de cerca de 17 quilômetros por uma rota montanhosa. A caminhada, que deveria durar menos de um dia, acabou se transformando em um dos maiores mistérios recentes envolvendo trilheiros estrangeiros no Japão. Pattie nunca chegou ao seu destino, e seu desaparecimento mobilizou equipes de busca dos Estados Unidos e do Japão, além do apoio do FBI e de membros do governo americano.
Apesar da intensidade das buscas iniciais, nenhum vestígio foi encontrado até setembro de 2024, quando um pescador local localizou a mochila da mulher e um dos calçados próximos a um riacho — em uma área que até então não havia sido examinada pelas equipes. Esse achado renovou os esforços, mas os dias seguintes continuaram sem respostas definitivas.
Somente em abril de 2025, dois anos após o desaparecimento, uma nova pista trouxe desdobramentos concretos. Um dos voluntários que participou das buscas em 2023 retornou ao Japão por conta própria e acabou encontrando pertences de Pattie e parte de um osso humano. A análise genética confirmou que se tratava da americana.
A família informou que os restos mortais serão repatriados em breve para que seja realizada uma cerimônia de despedida. O marido de Pattie, Kirk Murad, fez um apelo comovente sobre a importância da segurança em trilhas: “Pense duas vezes se for fazer uma trilha sozinho, ou pelo menos use algo que rastreie sua localização. E, segundo, o amanhã não está garantido”, disse ele à emissora NBC Connecticut.
Embora a descoberta traga algum alívio diante da incerteza que durou dois anos, a causa da morte e os detalhes do que ocorreu naquele trajeto ainda permanecem sem resposta.