Nascida em 5 de janeiro de 1870, no condado de Sumner, Tennessee, Ella Harper chegou ao mundo com genu recurvatum, uma condição ortopédica que fazia seus joelhos dobrarem para trás. Por causa disso, ela aprendia a se locomover apoiando-se em mãos e pés, movimento que surpreendia quem a observava. Assim, a sociedade da época passou a compará-la ao caminhar de um camelo, o que lhe rendeu o apelido de “Garota-Camelo”.
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Ainda muito jovem, Ella ingressou nos espetáculos itinerantes. A partir de 1886, ela passou a se apresentar no W. H. Harris’s Nickel Plate Circus, conquistando espaço em anúncios e jornais que acompanhavam a trupe. Com isso, seu nome circulava com frequência e chamava a atenção do público.
Em um de seus cartões promocionais, Ella explicava a própria condição com naturalidade:
“Me chamam de Garota-Camelo porque meus joelhos se voltam para trás. Posso andar melhor com mãos e pés, como você vê na fotografia… tenho viajado bastante nos últimos quatro anos no show business e agora, em 1886, pretendo deixar o espetáculo e ir à escola e preparar-me para outra ocupação.”
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O espetáculo trouxe não apenas fama, mas também um retorno financeiro expressivo para a época — cerca de 200 dólares por semana. Ainda assim, Ella nunca se limitou ao papel de atração circense. Posteriormente, ela decidiu se afastar dos palcos e retornou ao Tennessee, onde passou a viver com a mãe e uma sobrinha, conforme registros do censo de 1900.
Em junho de 1905, Ella se casou com o professor Robert L. Savely, iniciando uma nova fase da vida. Entretanto, essa etapa também trouxe momentos de dor. Em 1906, sua filha Mabel faleceu ainda bebê. Mais tarde, em 1918, o casal adotou uma menina, Jewel, que infelizmente também viveu apenas alguns meses.
Ella morreu em 19 de dezembro de 1921, aos 51 anos, em decorrência de câncer de cólon. Mesmo assim, sua trajetória continuou a despertar interesse por mostrar como coragem e dignidade podem transformar a percepção pública sobre condições físicas raras. Ela foi sepultada no Spring Hill Cemetery, em Nashville, Tennessee, onde seu nome permanece como símbolo de resistência e humanidade.
