Matthew Drapper, um homem homossexual de 37 anos, recebeu uma indenização de uma paróquia anglicano-batista na Inglaterra após ser submetido a um suposto exorcismo em 2014, com a intenção de “curar” sua orientação sexual. Esta é a primeira decisão do tipo no Reino Unido relacionada a práticas de “cura gay”.
Na época, Drapper, que era voluntário na congregação de Sheffield, foi convidado a participar de um “fim de semana com Deus”. Durante o evento, líderes religiosos alegaram que ele possuía uma “impureza sexual” que permitiria a entrada de demônios em seu corpo. Como parte do ritual, ele foi submetido a uma sessão de oração para expulsar esses supostos demônios, um procedimento caracterizado como “cura gay”.
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Após a experiência, Drapper relatou que passou a viver um período de profunda depressão, chegando até a cogitar o suicídio. Ele deixou a igreja em 2016 e, três anos depois, formalizou uma queixa junto à instituição religiosa, que foi ignorada devido à falta de provas. Foi então que ele recorreu a uma organização beneficente que, após investigar o caso, concluiu que as orações realizadas visavam alterar sua identidade sexual. Com base nisso, Drapper decidiu processar a igreja.
Embora o caso tenha prescrito na Justiça, um acordo foi fechado, garantindo a ele uma indenização de cinco dígitos. A decisão representa um marco, pois é a primeira vez que uma compensação financeira é concedida a uma vítima de “cura gay” no Reino Unido, um prática que o governo britânico se comprometeu a proibir.
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Cura gay é considerada tortura pela ONU
A chamada “cura gay” é reconhecida pela ONU como uma forma de tortura desde 2020, após um relatório apresentado ao Conselho de Direitos Humanos. Casos como o de Drapper têm gerado grande comoção ao redor do mundo, evidenciando os danos psicológicos e emocionais causados por essas práticas. Drapper, junto a outros sobreviventes, planeja lançar um site para apoiar e encorajar pessoas que passaram por experiências semelhantes a compartilhar suas histórias e buscar ajuda.