O julgamento de Dominique Pélicot, aposentado acusado de drogar sua esposa por quase dez anos para que estranhos a estuprassem, começou nesta segunda-feira (2) em Avignon, no sul da França. Primeiramente, Pélicot e outros 50 homens enfrentam acusações graves em um processo que deve durar quatro meses. Além disso, o caso deve estabelecer precedentes para crimes de submissão química no país. Ademais, o réu admitiu ter drogado a esposa repetidamente com tranquilizantes. Isto é, ele planejou e facilitou os abusos por terceiros que conheceu em sites de encontros, configurando um dos casos mais extremos de submissão química.
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A investigação revelou um cenário perturbador: 92 estupros cometidos entre 2011 e 2020, todos enquanto a vítima estava inconsciente devido às drogas administradas pelo marido. Ademais, Pélicot recrutava os cúmplices online e, conforme instruído por ele, os homens não deveriam despertar a mulher, que não tinha consciência do que acontecia. Muitos dos réus alegaram acreditar que participavam de fantasias consensuais; contudo, as evidências indicam que todos sabiam da condição da vítima, configurando claramente um crime de submissão química.
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Gisèle, esposa de Pélicot, descobriu os abusos apenas em 2020, quando seu marido foi flagrado filmando mulheres em um shopping. Enfim, as revelações chocaram não apenas ela, mas também seus três filhos, que agora enfrentam o trauma ao lado da mãe durante o julgamento. Inicialmente, Gisèle desejava um processo a portas fechadas, mas optou por torná-lo público na esperança de prevenir outros casos semelhantes de submissão química. Como resultado, as consequências desse caso impactaram profundamente a família, especialmente a filha Caroline, que agora luta contra crimes desse tipo através da associação “Não me adormeça”.