Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta nesta terça-feira (24/6) no Monte Rinjani, na Indonésia. A brasileira caiu em um penhasco durante uma trilha no último sábado (21) e estava desaparecida desde então. A informação foi confirmada pela família por meio das redes sociais.
“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu”, diz a nota publicada pelos familiares.
Juliana havia sido localizada por um drone na manhã de segunda-feira (23), a cerca de 500 metros abaixo da trilha. Nesta terça, com a instalação de um acampamento avançado próximo ao ponto da queda, os socorristas conseguiram finalmente chegar até o corpo, que havia deslizado ainda mais, para cerca de 650 metros abaixo da trilha principal.
++ Salmão feito em laboratório entrará em processo de vendas nos EUA
Trilha exigente e denúncia de abandono
Natural de Niterói (RJ), Juliana era publicitária e viajava pela Ásia desde fevereiro. Ela fazia a trilha no Parque Nacional do Monte Rinjani, conhecido pelo turismo de aventura. O percurso é considerado um dos mais difíceis do Sudeste Asiático e exige alto preparo físico, devido à altitude (3.726 metros), mudanças bruscas de temperatura e terrenos íngremes.
A queda ocorreu por volta das 4h da manhã de sábado (21), horário local. Segundo a família, Juliana foi deixada sozinha após relatar cansaço ao guia responsável pela expedição. “Ela pediu para descansar. O guia seguiu com o grupo e a deixou para trás. Depois de mais de uma hora, quando ele voltou, ela já havia caído”, relatou Mariana Marins, irmã da vítima, ao Fantástico.
Em entrevista ao jornal O Globo, o guia Ali Musthofa, de 20 anos, alegou que havia combinado de esperar Juliana um pouco à frente. Segundo ele, percebeu que algo estava errado ao notar a demora. Ele então voltou e avistou a lanterna da jovem já em um barranco, de onde ela pedia socorro. Ele afirmou que tentou confortá-la e que pediu ajuda imediatamente.
++ Ciclone traz ainda mais chuva para o Sul do Brasil
Contradições e vídeo forjado
No fim de semana, autoridades locais e até a Embaixada do Brasil na Indonésia divulgaram que equipes haviam conseguido chegar até Juliana, fornecendo água, comida e cobertores. Um vídeo chegou a circular como sendo do momento do resgate. Porém, no domingo (23), a família descobriu que a informação era falsa.
“Ela estava passando fome, frio e sede. As imagens divulgadas não eram dela, e os vídeos foram forjados. Tudo era mentira”, denunciou Mariana Marins. O próprio embaixador brasileiro em Jacarta admitiu ter repassado informações incorretas, com base em relatos imprecisos das autoridades indonésias.
Resgate dificultado
O terreno de difícil acesso, a necessidade de cordas longas e as más condições climáticas — típicas nesta época do ano — atrasaram significativamente o resgate. Somente com a instalação de um acampamento avançado próximo ao local da queda, nesta terça-feira, foi possível chegar até Juliana.
O caso levantou questionamentos sobre a estrutura de resgate no parque e a condução do grupo pelos guias locais. Familiares de Juliana acusam negligência por parte da empresa de turismo e cobram apuração das responsabilidades.