O navio quebra-gelo Akademik Tryoshnikov zarpou do porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, marcando o início de uma expedição científica liderada pelo Brasil. Sob a coordenação de Jefferson Cardia Simões, do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a missão reúne 130 pessoas, incluindo 27 brasileiros, em uma jornada de dois meses ao redor do litoral antártico.
Denominada Expedição Internacional de Circum-Navegação Costeira Antártica, a iniciativa conta com a participação de cientistas de países como Rússia, Índia, China, Argentina, Chile e Peru. O objetivo principal é investigar como as mudanças climáticas estão impactando as geleiras e os oceanos na região polar.
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Com 133,5 metros de comprimento, o Akademik Tryoshnikov fará paradas estratégicas a cada 200 quilômetros para a coleta de amostras biológicas, químicas e físicas. Segundo Simões, o diferencial desta missão está na tentativa inédita de navegar tão próximo da costa antártica, alcançando locais ainda pouco explorados.
“Os polos são extremamente sensíveis às mudanças climáticas e o que acontece lá tem reflexos globais”, destacou Simões. Ele alerta que o descongelamento observado no Ártico pode ser um prenúncio do futuro da Antártica.
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A expedição acontece em um momento crítico para o planeta, com o agravamento das alterações climáticas. Estudar os ambientes extremos da Antártica permitirá prever com mais precisão os cenários climáticos das próximas décadas e desenvolver estratégias para mitigar seus impactos. “Entender o que ocorre na Antártica é fundamental para proteger o futuro do planeta”, concluiu o pesquisador.