Clubes extremistas criados nos EUA se espalham pelo mundo e acendem alerta global

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O crescimento de clubes de artes marciais associados à extrema direita tem preocupado autoridades e especialistas em diversas partes do mundo. Criados nos Estados Unidos, esses grupos vêm se espalhando por países da Europa, América Latina e Oceania, promovendo discursos de ódio, violência racial e ideologias neofascistas.

O alerta mais recente partiu do Canadá, onde uma manifestação organizada por um desses clubes levou homens mascarados a se reunirem em frente à prefeitura de London, em Ontário. Com faixas exigindo “deportações em massa” e gritos de cunho xenofóbico, o ato chamou atenção para um movimento que vai além das fronteiras americanas.

Segundo o Global Project Against Hate and Extremism (GPAHE), essas organizações — conhecidas como “clubes ativos” — já operam em pelo menos 27 países. Estão presentes na Suécia, Austrália, Suíça, Chile e Colômbia, entre outros. Voltados principalmente para recrutar jovens homens, os clubes usam o treinamento físico e o discurso de identidade racial como ferramentas de doutrinação.

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A gênese dessa rede remonta a Rob Rundo, figura central do movimento Rise Above nos EUA e condenado por envolvimento em motins ligados à extrema direita. Embora atualmente afastado da liderança direta dos clubes ativos, suas ideias continuam a influenciar os novos capítulos, que funcionam de forma descentralizada, porém conectada por uma visão comum: promover o supremacismo branco e o nacionalismo étnico como formas de resistência cultural.

As redes sociais, em especial o Telegram, funcionam como ponto de encontro e mobilização para esses grupos. Nelas, líderes como o australiano Thomas Sewell — conhecido por sua militância neonazista e por atos violentos — orientam e propagam o modelo dos clubes como células de resistência física e ideológica.

Nos Estados Unidos, grupos como o Patriot Front têm fortalecido os laços com os clubes ativos, unindo-se em treinamentos e campanhas online. Seu líder, Thomas Rousseau, já foi visto em academias do Texas participando de treinos de luta e incentivando jovens a se engajarem fisicamente e ideologicamente.

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O avanço global dessa rede extremista preocupa analistas por seu potencial de radicalização, sobretudo entre jovens que veem nas artes marciais uma forma de pertencimento e poder. “Estamos diante de um fenômeno que alia disciplina física à violência ideológica. É um novo formato de recrutamento extremista, mais sofisticado e mais difícil de rastrear”, alerta Heidi Beirich, fundadora do GPAHE.

As autoridades internacionais acompanham com atenção a disseminação dessas células. Para especialistas em segurança e direitos humanos, o desafio agora é impedir que essas redes se consolidem em comunidades vulneráveis e ampliem seu alcance global.

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