A Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA) chamou atenção para os riscos de doenças transmitidas por mosquitos aos viajantes que pretendem visitar países tropicais durante o período de férias e festividades de fim de ano. Entre as ameaças destacadas, estão a dengue, a zika, a malária e a febre oropouche, esta última sendo motivo de preocupação crescente na América Latina.
Embora o Brasil não tenha sido citado diretamente no alerta, o país registra números expressivos dessas doenças. Este ano, o Brasil lidera em casos de dengue e enfrentou o primeiro registro de óbitos por febre oropouche, com surtos concentrados nas regiões Norte e Nordeste.
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Segundo o UKHSA, essas doenças frequentemente afetam viajantes britânicos que retornam ao país após contraí-las em destinos internacionais. Apenas no primeiro semestre deste ano, foram registrados 473 casos de dengue no Reino Unido, mais que o triplo do mesmo período em 2023. Além disso, oito casos de zika foram relatados no mesmo período, enquanto a malária contabilizou 753 ocorrências. A febre oropouche, ainda sem registros no Reino Unido, tem despertado atenção devido ao risco de complicações como meningite e encefalite.
Estudos recentes sugerem que o vírus oropouche pode ser transmitido sexualmente, levando as autoridades a recomendarem o uso de preservativos durante e após viagens para regiões de risco. Como ainda não há vacina ou tratamento específico, os especialistas reforçam a importância de medidas preventivas, como o uso de roupas que cubram a pele, repelentes e a escolha de destinos com menor risco de exposição.
No Brasil, dados do Ministério da Saúde mostram a dimensão do problema. Em 2024, foram notificados mais de 9,5 mil casos de febre oropouche, um aumento expressivo em relação aos 831 casos de 2023. No estado do Amazonas, por exemplo, 3,2 mil casos foram registrados até novembro. Em relação à dengue, o país enfrenta o pior ano da história, com 6,5 milhões de casos prováveis e mais de 5,8 mil mortes confirmadas.
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Apesar da redução no número de casos de zika, a dengue e a febre oropouche continuam sendo desafios de saúde pública no Brasil, especialmente diante do aumento de surtos e da expansão do mosquito transmissor. Enquanto isso, autoridades globais seguem monitorando as condições epidemiológicas para orientar viajantes e conter a disseminação dessas doenças.