Daniel Fernández Strauch, um dos rostos mais conhecidos da tragédia que marcou a queda do avião na Cordilheira dos Andes em 1972, faleceu nesta quarta-feira, 8, em Montevidéu, aos 79 anos. A morte de Strauch representa mais uma despedida entre os poucos que sobreviveram ao acidente, cuja história de luta e superação segue inspirando gerações.
Engenheiro agrônomo à época do desastre, ele estava a bordo do avião que transportava o time de rúgbi Old Christians e caiu no Vale das Lágrimas, nos Andes, deixando 29 mortos. Ao lado de outros 15 sobreviventes, Strauch enfrentou temperaturas extremas e condições de isolamento por mais de dois meses até o resgate.
++ Conheça o curativo brasileiro que pode acelerar tratamento de feridas
Gustavo Zerbino, também sobrevivente da tragédia, lamentou a perda do amigo. “É um dia triste porque se vai um irmão da montanha, mas também sentimos paz por saber que ele não sofreu. Deixa uma família linda e um legado que jamais será esquecido”, disse. “Agora ele se reúne com aqueles que nos deixaram antes.”
Desde o acidente, Strauch se tornou figura central nos relatos sobre a experiência vivida na montanha, sendo retratado no livro A Sociedade da Neve, de Pablo Vierci, e no filme homônimo dirigido por Juan Antonio Bayona. Ambos prestaram homenagens nas redes sociais.
++ Vladimir Putin propõe negociações de paz com a Ucrânia após três anos de guerra
Bayona escreveu: “Foi uma honra conhecê-lo e dividir momentos com ele. Gratidão infinita por tudo. Descanse em paz, amigo.”
Strauch era casado, pai de três filhos e avô. Sua morte é mais um capítulo da história que, mais de meio século depois, continua sendo contada — não apenas pela tragédia, mas principalmente pela força daqueles que sobreviveram.