Desertora da Coreia do Norte processará Kim Jong-un por abuso sexual e tortura

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Um dos países mais “fechados” e polêmicos do mundo, hoje, certamente é a Coreia do Norte, governada pela dinastia Kim desde sua fundação, em 1948, sendo o atual líder supremo o ditador Kim Jong-un. Mas agora, em um evento inédito na história, uma desertora norte-coreana pretende processar o líder do país, bem como outros quatro funcionários de seu governo.

Essa mulher, chamada Choi Min-kyung, vai entrar com o processo alegando ter sofrido abusos quando esteve mantida presa no país. Segundo ela relata, ela sofreu uma série de violações de direitos humanos durante estadias em prisões norte-coreanas.

Ela relatou ter sido vítima de violência sexual, ter recebido socos e chutes pelo corpo, ter sido obrigada a permanecer em posições fixas durante mais de 15 horas, trabalhar forçadamente, tudo isso sem receber comida suficiente e nem tendo direito a assistência médica.

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Essa ação judicial, a primeira emitida por uma vítima nascida na Coreia do Norte contra o regime, será feita nesta sexta-feira, 11, no Tribunal Distrital de Seul, na Coreia do Sul, tendo sido divulgada na quarta-feira, 9, por um grupo cívico, o Centro de Banco de Dados para Direitos Humanos da Coreia do Norte. Além disso, Choi Min-kyung também pretende levar o caso até à ONU e ao Tribunal Penal Internacional.

Estou aqui para exigir que Kim Jong-un e seus subordinados sejam responsabilizados perante a lei. Como vítima de tortura e sobrevivente do regime norte-coreano, tenho a profunda e urgente responsabilidade de responsabilizar a dinastia Kim por crimes contra a humanidade”, relatou a norte-coreana em comunicado.

Conforme repercute o UOL, Choi Min-kyung fugiu da Coreia do Norte para a China em 1977, mas, décadas depois, em 2008, foi repatriada à força. De volta na coreia do Norte, ela passou cinco meses presa em três centros de detenção, nos quais ela teria sido submetida ao “tratamento desumano” a que se refere.

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Ela conseguiu sair da Coreia do Norte novamente em 2012, quando se mudou para a Coreia do Sul. Porém, as lembranças do que viveu seguem com ela e, até hoje, a mulher diz sofrer com Transtorno de Estresse Pós-Traumático, inclusive precisando tomar medicamentos. “Meu corpo inteiro ainda testemunha a terrível situação dos direitos humanos na Coreia do Norte”, conta Choi Min-kyung.

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