O Brasil se despediu de Lô Borges, um dos artistas mais inovadores e sensíveis da música popular brasileira. O cantor e compositor faleceu no domingo, 2 de novembro, aos 73 anos, em Belo Horizonte, após enfrentar complicações decorrentes de uma intoxicação medicamentosa. Internado desde 17 de outubro, o músico passou por uma traqueostomia no dia 25, mas, apesar dos esforços médicos, não resistiu.
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Nascido no tradicional bairro de Santa Tereza, reduto boêmio da capital mineira, Lô cresceu em meio a rodas de amigos e acordes de violão. Foi ali que se uniu a Milton Nascimento, Beto Guedes, Tavito e outros nomes que, juntos, transformaram a música brasileira. A união desses artistas deu origem ao lendário Clube da Esquina, um movimento que uniu poesia, espiritualidade e experimentação sonora, criando uma nova estética musical. Além disso, esse coletivo mineiro desafiou fronteiras, misturando influências do rock progressivo, do jazz e da música latino-americana.
De sua parceria com Milton Nascimento surgiram canções eternas, como “Paisagem da Janela”, “O Trem Azul” e “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”. Esses clássicos continuam a inspirar artistas e ouvintes, simbolizando a liberdade criativa de toda uma geração. Em 1972, o álbum “Clube da Esquina” consolidou o grupo e tornou-se um divisor de águas na MPB.
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Décadas depois, a crítica e o público reconheceram sua importância: o disco foi eleito o maior álbum da história da música brasileira, reafirmando a genialidade do coletivo e o talento singular de Lô Borges. Com sua voz suave e timidez característica, Lô nunca buscou os holofotes. Contudo, sua arte falou por ele. Suas composições expressam um olhar lírico e introspectivo sobre o mundo, unindo simplicidade e profundidade. O legado de Lô Borges ultrapassa gerações e continua vivo nas melodias que ecoam pelas esquinas do país. Afinal, cada acorde seu carrega o espírito da liberdade criativa e o encanto das montanhas de Minas.
