No TikTok, vídeos sobre dietas anti-inflamatórias acumulam milhões de visualizações. As promessas são tentadoras: eliminar glúten, laticínios e açúcar para emagrecer, reduzir inchaço e “renovar a saúde”. Mas a maioria dessas dicas não vem de nutricionistas ou médicos — e muito do que circula é simplificação ou mito.
Afinal, o que é inflamação? Trata-se de uma resposta natural do corpo, útil na cicatrização e no combate a infecções. O problema está na inflamação crônica, silenciosa e de longo prazo, associada a doenças como diabetes tipo 2, câncer e problemas cardiovasculares. É aí que a alimentação tem papel decisivo.
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O que diz a ciência
Pesquisas apontam que dietas ricas em ultraprocessados, açúcares, refrigerantes e carnes processadas favorecem a inflamação. Já padrões alimentares baseados em frutas, legumes, verduras, grãos integrais, leguminosas, azeite, oleaginosas e consumo moderado de peixes e aves ajudam a reduzir esse risco.
Probióticos, presentes em iogurte e kefir, também podem contribuir para diminuir marcadores inflamatórios. Mas excluir grupos inteiros de alimentos sem necessidade não tem respaldo científico. Para a maioria das pessoas, laticínios fermentados podem até proteger contra inflamação, e os grãos integrais são aliados da saúde intestinal.
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O erro do TikTok
As listas de proibições absolutas — “nunca toque em glúten” ou “laticínios fazem mal sempre” — não refletem o consenso da ciência. Só indivíduos com condições específicas, como doença celíaca ou alergias, precisam dessas restrições.
Para pessoas saudáveis, o que vale é variedade, equilíbrio e comida de verdade. Em resumo: muitas cores no prato, fibras, azeite e poucos ultraprocessados.
As dietas anti-inflamatórias, portanto, têm base científica — mas não da forma simplificada, alarmista (e muitas vezes equivocada) que domina o TikTok.