Elon Musk é acusado de interferir nas eleições na Alemanha

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O bilionário Elon Musk está no centro de uma controvérsia na Alemanha após manifestações públicas de apoio ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD). O governo alemão e diversas lideranças políticas reagiram duramente, acusando Musk de tentar influenciar o resultado das eleições federais previstas para fevereiro de 2025.

A porta-voz do governo, Christiane Hoffmann, destacou que, embora Musk tenha direito à liberdade de expressão, suas ações são vistas como uma tentativa deliberada de interferir no processo democrático do país. “A liberdade de opinião também inclui dizer bobagens, mas há limites éticos quando se trata de influenciar eleições”, afirmou em coletiva de imprensa.

Musk intensificou sua presença no debate político alemão ao publicar, na plataforma X (antigo Twitter), que “somente o AfD pode salvar a Alemanha”. Além disso, compartilhou um vídeo de uma influenciadora de direita criticando o líder conservador Friedrich Merz e exaltando figuras internacionais como o presidente argentino Javier Milei.

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Em um episódio que gerou ainda mais repercussão, Musk escreveu um artigo no jornal Welt am Sonntag, defendendo o AfD contra acusações de radicalismo. A publicação levou à renúncia de Eva Marie Kogel, editora da seção de opinião do veículo, em protesto contra a postura editorial.

O ministro da Saúde, Karl Lauterbach, classificou a postura de Musk como “altamente problemática”, enquanto Friedrich Merz, líder do bloco CDU/CSU, chamou a interferência de “presunçosa”. Já o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, condenou indiretamente as tentativas de influência externa em um discurso sobre a dissolução do parlamento.

O cenário político alemão está especialmente sensível após o colapso da coalizão do chanceler Olaf Scholz, do SPD, que resultou na convocação antecipada das eleições. Pesquisas indicam que o CDU/CSU lidera a corrida, seguido pelo AfD, que acumula cerca de 19% das intenções de voto.

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Apesar do crescimento do AfD, os principais partidos rejeitam qualquer aliança com a legenda, conhecida por sua postura anti-imigração e anti-muçulmana. A co-líder do partido, Alice Weidel, busca reforçar alianças internacionais, mas a possibilidade de o AfD integrar o governo federal segue descartada.

Musk, por sua vez, defendeu o partido citando exemplos como a orientação sexual de Weidel e sua parceira de origem cingalesa para rebater as acusações de extremismo. A controvérsia levanta debates sobre os limites da liberdade de expressão e o impacto de figuras internacionais no processo democrático de outros países.

 

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