Nos últimos anos, o uso de plataformas de inteligência artificial tem crescido de forma significativa no Brasil, especialmente como uma forma de apoio emocional. Um estudo recente da Talk Inc revelou, por exemplo, que 1 em cada 10 brasileiros recorre a chatbots, como o ChatGPT, para desabafar sobre questões pessoais e emocionais.
Para chegar a essa conclusão, a pesquisa ouviu 1.000 pessoas maiores de 18 anos em várias regiões do Brasil. O estudo apontou que muitos brasileiros usam essas ferramentas como uma forma de amizade ou aconselhamento. As principais justificativas para essa busca incluem, por exemplo, a introspecção, a falta de amigos disponíveis e a solidão.
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Além disso, os dados alarmantes mostram que 60% dos entrevistados interagem com esses chats de maneira educada, tratando as IAs como seres humanos. Esse fenômeno levanta questões sobre como a sociedade brasileira lida com a solidão. Essa problemática crescente afeta não apenas quem vive sozinho, mas também aqueles que, mesmo cercados por pessoas, se sentem isolados.
Nesse contexto, Carla Mayumi, sócia e fundadora da Talk Inc, destaca que muitos buscam alguém que os escute, que esteja sempre presente e que não julgue. “Os chats inteligentes oferecem esse tipo de conforto”, afirmou Mayumi para a CNN.
“Afeto artificial”
Outro ponto intrigante é o conceito de “afeto artificial”. Esse conceito deve ganhar destaque nos próximos anos, especialmente à medida que a inteligência artificial se integra mais à vida cotidiana.
Tina Brand, cofundadora da Talk Inc, observa que casos de amor verdadeiro por IAs ainda são anomalias. No entanto, ela ressalta que situações de “namoro” ou até “casamento” com essas tecnologias estão começando a surgir na cultura popular. Essa tendência, mapeada pelo observatório da empresa, revela uma nova faceta das relações humanas mediadas pela tecnologia.
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Por fim, o estudo da Talk Inc ilustra o apego emocional que os brasileiros desenvolvem com as IAs. Além disso, ele alerta sobre as implicações sociais e emocionais dessa dinâmica. A solidão e a busca por conexão levam as pessoas a se voltarem para máquinas em busca de conforto. Dessa forma, esse cenário pode moldar o futuro das interações humanas.