O ex-presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, foi preso nesta terça-feira (11) ao desembarcar no aeroporto internacional de Manila. A detenção ocorreu após a emissão de um mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de crimes contra a humanidade relacionados à sua controversa guerra contra as drogas.
A Interpol em Manila recebeu a ordem do TPI ainda pela manhã e imediatamente executou a detenção. Em um vídeo publicado por sua filha mais nova, Veronica Duterte, o ex-presidente aparece questionando as autoridades: “Qual é a lei e qual o crime que cometi? Mostrem agora a base legal para que eu esteja aqui.”
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Sara Duterte, vice-presidente das Filipinas e filha do ex-presidente, afirmou que seu pai será levado para Haia em um voo noturno. “Isso não é justiça, é perseguição”, declarou.
Duterte governou as Filipinas entre 2016 e 2022 e foi responsável por uma política de repressão ao tráfico de drogas que, segundo números oficiais, resultou na morte de 6.200 suspeitos em confrontos com a polícia. No entanto, organizações de direitos humanos afirmam que o número real de vítimas pode ser muito maior, incluindo usuários de drogas e pessoas sem provas concretas de envolvimento com o tráfico.
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O TPI investiga se houve assassinatos sistemáticos durante o governo Duterte. Em 2019, ele retirou unilateralmente as Filipinas do tratado que estabelece a jurisdição do tribunal, justamente no período em que começaram as investigações sobre execuções extrajudiciais.
Em uma declaração feita ontem (10) durante viagem a Hong Kong, Duterte afirmou estar preparado para ser preso caso o TPI emitisse um mandado, mas defendeu sua política de segurança e negou que tenha ordenado execuções ilegais. A polícia filipina, por sua vez, nega envolvimento direto nas mortes sob investigação.
Com a prisão confirmada, a expectativa agora é sobre os próximos passos do processo e a possível extradição de Duterte para Haia, onde poderá responder às acusações perante o tribunal internacional.
