A Justiça de Bangladesh condenou à morte a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina, de 78 anos, nesta segunda-feira, 17 de novembro. Segundo o juiz Golam Mortuza Mozumder, a decisão atende integralmente aos requisitos legais para crimes contra a humanidade. Assim, a sentença encerra os 15 anos de poder da líder, além de marcar o desfecho jurídico da revolta que tomou o país no ano anterior e deixou centenas de mortos.
Além dela, o ex-ministro do Interior Asaduzzaman Khan também recebeu a pena capital. Entretanto, um ex-chefe de polícia que confessou participação e colaborou com o tribunal foi condenado a apenas cinco anos de prisão, evidenciando um tratamento distinto aos réus. A sessão, transmitida ao vivo a partir de Daca, ocorreu sob forte esquema de segurança, com policiamento reforçado e presença de guardas de fronteira em diversas regiões.
Hasina e Khan, que se refugiaram na Índia, foram julgados à revelia. Entretanto, o Awami League, partido liderado pela ex-premiê, classificou o processo como “encenado”. Conforme a legenda, o tribunal ainda cometeu abuso ao nomear um defensor público sem consulta à defesa oficial. Em resposta ao veredicto, o partido convocou uma paralisação nacional e intensificou a retórica de perseguição política.
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As acusações envolvem o massacre ocorrido durante protestos estudantis entre julho e agosto de 2024. De acordo com um relatório da ONU divulgado meses depois, até 1,4 mil pessoas podem ter sido mortas. Já o governo provisório apresentou outro número, apontando mais de 800 mortos e cerca de 14 mil feridos em todo o país.
O anúncio do veredicto, entretanto, foi adiado por causa de explosões e incêndios provocados em várias regiões. Esses ataques paralisaram escolas e o transporte público após um bloqueio organizado pelo partido de Hasina. Como resultado, a crise política se aprofundou e ampliou o clima de instabilidade em Bangladesh.
