Um levantamento publicado nesta quinta-feira (25) na revista Nature Plants revelou que as árvores da Floresta Amazônica estão ficando maiores nas últimas três décadas. O estudo, que analisou 188 áreas de floresta, indica que o crescimento médio foi de 3,3% a cada dez anos, impulsionado pelo aumento de quase 20% nas concentrações de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera no mesmo período.
A pesquisa contou com mais de 60 universidades da América do Sul, Reino Unido e outros países. Do Brasil, participaram instituições como Unicamp, INPE, INPA, UFPA, UFAC, UNEMAT e Universidade Federal do Oeste do Pará.
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CO₂ como “fertilizante”
Segundo os cientistas, o excesso de CO₂ funciona como um fertilizante natural, estimulando o crescimento tanto de árvores jovens quanto das maiores, que chegaram a prosperar mesmo diante das ameaças climáticas.
“Mesmo enquanto ouvimos como as mudanças climáticas e a fragmentação estão ameaçando as florestas da região, as maiores árvores continuaram a prosperar”, explicou Beatris Marimon, professora da UNEMAT e coautora do estudo, ao Phys.org.
Papel vital contra mudanças climáticas
O resultado reforça o papel central da Amazônia na mitigação do aquecimento global, já que árvores maiores são mais eficientes na absorção de carbono.
“Não podemos simplesmente plantar novas árvores e esperar que elas façam algo parecido com que a antiga floresta está proporcionando”, destacou Rebecca Banbury Morgan, da Universidade de Bristol.
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Riscos permanecem
Apesar do efeito positivo do CO₂, os pesquisadores alertam que o desmatamento e a degradação continuam multiplicando riscos. Entre as conclusões do estudo estão:
- Árvores grandes enfrentam ameaças crescentes das mudanças climáticas;
- A dispersão de sementes é fundamental para a sobrevivência da floresta;
- A saúde das árvores depende da integridade do ecossistema amazônico;
- O desmatamento acelera a perda de árvores e pode levar ao colapso do bioma.
Os autores destacam que os efeitos benéficos do CO₂ ainda compensam parte dos impactos climáticos negativos, mas que isso não elimina a urgência de proteger a Amazônia.