França anuncia nova prisão de segurança máxima na floresta amazônica

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Durante uma visita oficial à Guiana Francesa, neste domingo (18), o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, anunciou a intenção de construir uma nova prisão de segurança máxima no território ultramarino, situado na floresta amazônica, na fronteira com o Suriname e o Brasil. A unidade será voltada à custódia de criminosos de alto escalão, como líderes do tráfico internacional de drogas e indivíduos ligados ao extremismo islâmico.

O complexo penitenciário será erguido na região de Saint-Laurent-du-Maroni e terá capacidade para até 500 detentos, sendo 60 vagas destinadas a prisioneiros sob regime de segurança máxima. Segundo Darmanin, o objetivo é reduzir a superlotação nas prisões locais e combater o avanço do narcotráfico, que usa a Guiana Francesa como rota para a Europa.

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A iniciativa vem em meio a um aumento na violência associada ao crime organizado na região. A taxa de homicídios na Guiana Francesa é de 18,4 por 100 mil habitantes — número significativamente superior à média da França continental, que registra 1,2 homicídio por 100 mil. “Cidadãos nos territórios ultramarinos têm direito ao mesmo nível de segurança que os da França metropolitana”, declarou o ministro.

Atualmente, 49 traficantes considerados de alta periculosidade já estão presos na Guiana Francesa e em outros territórios ultramarinos franceses. Darmanin alertou que esses detentos muitas vezes continuam atuando de dentro das prisões, corrompendo agentes e mantendo redes criminosas ativas.

Ecos da Ilha do Diabo

A proposta da nova prisão trouxe à tona memórias da antiga colônia penal de Caiena, notoriamente conhecida como Ilha do Diabo. A instituição operou até 1953 e ficou marcada por condições desumanas e isolamento extremo. O local inspirou obras como o romance Papillon e seus filmes homônimos — especialmente a adaptação de 1973, estrelada por Steve McQueen e Dustin Hoffman, que narra as tentativas de fuga de um prisioneiro condenado à prisão perpétua.

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Embora o governo francês não tenha traçado paralelos diretos com a antiga colônia penal, críticos apontam para as implicações simbólicas de construir mais uma penitenciária isolada no meio da floresta amazônica, em um território historicamente associado ao exílio e ao sofrimento carcerário.

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