O britânico Frederick Doe, também conhecido como Frederick Sines, de 37 anos, escapou da prisão após ser condenado por participar do roubo de um vaso sanitário feito de ouro maciço, avaliado em cerca de £4,8 milhões (mais de R$ 36 milhões). A peça, intitulada América, foi levada do Palácio de Blenheim, na Inglaterra, em 2019.
A decisão foi proferida nesta semana pelo Tribunal da Coroa de Oxford. Embora tenha sido sentenciado a 21 meses de reclusão, o juiz Ian Pringle optou por suspender a pena por dois anos, considerando que Doe não teve ganhos financeiros com o crime, possui ficha limpa, é pai de quatro filhos pequenos e tem uma esposa com problemas de saúde.
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Descrito como um “intermediário tolo”, Frederick foi acusado de tentar encontrar um comprador para o ouro, usando seus contatos no distrito joalheiro de Hatton Garden, em Londres. Segundo a Justiça, ele não sabia que o material vinha de um roubo.
O roubo, ocorrido em setembro de 2019, ganhou repercussão internacional não apenas pelo valor da peça, mas por seu simbolismo. Criada pelo artista italiano Maurizio Cattelan, América era uma obra de arte satírica que fazia críticas ao consumismo e ao luxo. Feita com ouro 18 quilates, a peça era totalmente funcional e estava instalada em um banheiro aberto ao público no palácio do século 18, tombado como patrimônio da humanidade pela Unesco e local de nascimento de Winston Churchill.
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Durante o crime, os ladrões causaram inundações na histórica construção ao removerem o vaso sanitário conectado ao sistema hidráulico.
Doe deixou o tribunal cercado por amigos e apoiadores. “Minha boa índole foi aproveitada”, afirmou aos jornalistas. “Nunca imaginaria, em um milhão de anos, estar envolvido em algo assim. Só quero voltar para casa e ficar com minha família.”
Dois outros envolvidos no roubo, incluindo James Sheen — que já confessou participação — e Michael Jones, acusado de planejar o crime, aguardam sentença. Até o momento, nenhuma parte do vaso sanitário de ouro foi recuperada.
