Um caso perturbador levou Dominique Pelicot, de 72 anos, à condenação pela Justiça francesa. Acusado de dopar sua esposa, Gisèle Pelicot, e permitir que desconhecidos abusassem sexualmente dela por quase dez anos, ele recebeu uma pena de 20 anos de prisão.
A decisão foi proferida no tribunal de Avignon, no sul da França. Pelicot também foi condenado por tentativa de estupro contra outra vítima, além de produzir imagens ilícitas envolvendo familiares. Durante o julgamento, sua ex-esposa, Gisèle, renunciou ao anonimato e solicitou a exibição dos vídeos dos abusos no tribunal, afirmando que queria “transferir a vergonha para os agressores”.
Dominique confessou ter administrado ansiolíticos à esposa entre 2011 e 2020 para que ela perdesse a consciência, permitindo os crimes. Ele alegou arrependimento no tribunal, pedindo desculpas à ex-companheira e à família. No entanto, sua advogada argumentou que ele teria sido marcado por traumas de infância, incluindo um abuso sofrido aos 9 anos, ao solicitar uma pena reduzida.
Jean-Pierre Marechal, cúmplice de Pelicot, também foi condenado a 12 anos de prisão por crimes semelhantes. Outros envolvidos no caso receberam penas que variam entre 3 e 15 anos. Entre eles, Hassan Ouamou, condenado a 12 anos, declarou que não retornará à França para cumprir sua sentença.
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O caso, que atraiu atenção internacional, gerou indignação pela gravidade das acusações e pela dimensão da rede de abusos. As defesas ainda têm prazo para recorrer das decisões judiciais.