O rapper e empresário musical Sean “Diddy” Combs, de 55 anos, foi absolvido em três das cinco acusações que enfrentava na Justiça dos Estados Unidos, incluindo a mais grave: associação criminosa. O veredito foi anunciado na tarde desta quarta-feira (2), após quase dois meses de julgamento e três dias de deliberações por parte do júri.
Apesar da vitória parcial, Diddy foi condenado por transporte para fins de prostituição, envolvendo as mulheres Cassandra “Cassie” Ventura, sua ex-namorada, e uma outra vítima identificada apenas como “Jane”. Por essas duas condenações, o artista pode enfrentar até 20 anos de prisão.
Segundo a promotoria, o magnata da música teria usado sua fama e fortuna para chefiar, durante mais de uma década, uma rede de abuso sexual, tráfico e coerção envolvendo mulheres jovens, drogas e festas organizadas em mansões e hotéis de luxo. A acusação incluía ainda crimes como sequestro, suborno, manipulação de testemunhas, incêndio criminoso e trabalho forçado.
Para sustentar a tese de organização criminosa, os promotores afirmaram que Diddy se cercava de uma equipe leal e bem paga, que agia para encobrir os crimes e proteger seus interesses. No entanto, nenhum dos depoimentos colhidos no processo confirmou a existência de uma estrutura formalizada de crime organizado, o que foi decisivo para a absolvição nesse ponto.
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Defesa comemora decisão
Ao ouvir o veredito, Diddy sorriu discretamente e olhou para a família, mas permaneceu cabisbaixo durante o restante da sessão, conforme relatos da agência AFP. Seu advogado, Marc Agnifilo, celebrou a decisão e afirmou que o cliente deveria ser libertado ainda nesta quarta, uma vez que foi inocentado das acusações mais pesadas.
A promotora Maurene Comey, no entanto, contestou a soltura, alegando que o músico continuou cometendo crimes mesmo durante o curso das investigações e que, em liberdade, representaria risco de reincidência.
Caso Cassie e outros depoimentos
O caso teve início após denúncias públicas feitas por Cassie Ventura, que relatou anos de abusos físicos e psicológicos sofridos durante o relacionamento com o cantor. Outra mulher, identificada apenas como “Jane”, também prestou depoimento sob sigilo. Ambas afirmaram ter sido coagidas a participar de atos sexuais sob efeito de drogas.
A defesa rebateu as acusações, sustentando que todas as relações sexuais foram consensuais e que as denunciantes teriam motivações financeiras ou emocionais para prejudicar a imagem de Diddy. O advogado também ressaltou que o cliente é um “empresário negro autodidata, com relacionamentos pessoais conturbados, mas não criminosos”.
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Desfecho e expectativa
Diddy não prestou depoimento nem apresentou testemunhas em sua defesa, estratégia comum em casos criminais, já que o ônus da prova cabe à acusação. O júri, composto por oito homens e quatro mulheres, analisou 34 testemunhos, além de registros bancários, e-mails e mensagens.
Ainda não foi definida a data da sentença sobre os crimes pelos quais ele foi condenado. Caso receba a pena máxima, o rapper poderá cumprir duas décadas de prisão.
O caso teve ampla repercussão internacional e pode gerar novos desdobramentos, tanto no campo judicial quanto na indústria musical, onde Diddy é uma das figuras mais influentes das últimas três décadas.