A Justiça do Rio de Janeiro autorizou que a Prefeitura de Petrópolis tome posse do imóvel conhecido como “Casa da Morte”, localizado no bairro Caxambu. O local ganhou infâmia durante a ditadura militar (1964–1985), quando foi utilizado como centro clandestino de tortura e execução de presos políticos.
A decisão viabiliza a criação do “Memorial de Liberdade, Verdade e Justiça”, um projeto que conta com apoio do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e do Ministério Público Federal (MPF). O investimento inicial previsto é de R$ 1,4 milhão, destinados à desapropriação e restauração do imóvel.
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A transformação da casa em um memorial é fruto de mais de uma década de mobilização de entidades da sociedade civil, do MPF e da própria prefeitura. A proposta é criar um espaço voltado à memória das vítimas do regime militar e à educação em direitos humanos.
Não há registros oficiais sobre o número de pessoas levadas ao local, mas relatos indicam que apenas uma sobreviveu: Inês Etienne Romeu, que faleceu em 2015. Seu testemunho foi fundamental para a denúncia das práticas realizadas na casa. Documentos e depoimentos de militares também confirmaram o uso do imóvel como centro de repressão.
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A iniciativa se soma a outras ações semelhantes em curso no país, como a criação de espaços culturais ligados à resistência democrática. Um exemplo recente é a transformação da casa onde foi gravado o filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, em um centro de memória sobre a ditadura no Rio de Janeiro.
A autorização judicial marca um avanço importante na luta por justiça, memória e verdade, reafirmando o papel das instituições na preservação da história e na promoção dos direitos humanos no Brasil.
