Kim Jong-un chora ao se despedir de soldados mortos na guerra da Ucrânia

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Em uma cerimônia carregada de emoção e simbolismo, o líder norte-coreano Kim Jong-un prestou uma rara homenagem pública a soldados de seu país mortos na guerra da Rússia contra a Ucrânia. O evento, transmitido pela TV estatal nesta segunda-feira, exibiu imagens de Kim cobrindo caixões com a bandeira nacional e inclinando-se sobre eles, em um gesto incomum de reconhecimento das perdas humanas sofridas por seu regime no conflito.

A cerimônia foi realizada no East Pyongyang Grand Theatre, durante uma apresentação conjunta de artistas norte-coreanos e russos que marcou o primeiro aniversário do pacto militar assinado entre os dois países. Imagens do público visivelmente emocionado, com lágrimas nos olhos, e bandeiras das duas nações sendo agitadas em sincronia reforçaram o tom solene do ato.

Embora a data da chegada dos corpos à Coreia do Norte não tenha sido oficialmente divulgada, a presença de autoridades como Kim Yo-jong, irmã do líder, e a ministra das Relações Exteriores, Choe Son-hui, todos trajando roupas de inverno, sugere que os restos mortais foram repatriados meses atrás.

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Entre os registros exibidos, chamou atenção uma imagem de um caderno manchado de sangue supostamente encontrado em um campo de batalha na região de Kursk, na Rússia. Trechos do diário destacavam frases exaltando o líder norte-coreano e encorajando os companheiros de farda a lutar até o fim.

Durante muito tempo, o governo norte-coreano negou qualquer envolvimento direto no conflito. No entanto, neste ano, Kim Jong-un e o presidente russo Vladimir Putin passaram a admitir publicamente a participação de soldados norte-coreanos no front, chamando-os de “heróis da pátria”.

De acordo com a inteligência sul-coreana, cerca de 15 mil combatentes foram enviados à guerra desde o outono de 2024, com aproximadamente 4.700 baixas registradas até abril deste ano, incluindo 600 mortes confirmadas. A expectativa é de que novas levas de soldados sejam enviadas entre julho e agosto.

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Além da contribuição humana, a Coreia do Norte tem fornecido armas, munições e mísseis balísticos à Rússia. Em troca, recebe do Kremlin suporte técnico, auxílio econômico e acordos em áreas estratégicas como tecnologia espacial e armamentos.

A cerimônia reforça o fortalecimento da aliança entre Pyongyang e Moscou, e marca um novo capítulo na postura da Coreia do Norte em relação ao conflito no Leste Europeu — agora, abertamente assumido e exaltado como parte da narrativa nacionalista do regime.

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