A editora Alfred A. Knopf anunciou neste domingo que lançará, em 21 de outubro, o livro de memórias de Virginia Giuffre, intitulado Nobody’s Girl: A Memoir of Surviving Abuse and Fighting for Justice. A obra, concluída antes de sua morte em abril deste ano, foi escrita em colaboração com a jornalista Amy Wallace e terá 400 páginas.
Giuffre, que morreu aos 41 anos, deixou instruções explícitas para que o livro fosse publicado independentemente das circunstâncias. Em correspondência enviada a Wallace semanas antes do falecimento, ela destacou que a obra buscava expor falhas sistêmicas que permitem o tráfico de pessoas vulneráveis. “Acredito que Nobody’s Girl pode impactar vidas e abrir espaço para discussões necessárias sobre essas injustiças”, escreveu.
Figura central nas denúncias contra Jeffrey Epstein, Giuffre relatou ter sido explorada pelo financista nos anos 2000 e citou nomes de figuras poderosas, entre elas o príncipe Andrew, com quem chegou a um acordo judicial em 2022. O livro traz ainda detalhes inéditos de suas experiências ao lado de Epstein e Ghislaine Maxwell, além de reflexões sobre as consequências de sua luta pública por reconhecimento e justiça.
Segundo a editora, a narrativa é “crua, perturbadora e emocionante”, ao mesmo tempo em que passou por rigorosas checagens factuais e revisões legais. Embora não faça acusações contra Donald Trump, o livro aborda as conexões de Epstein com pessoas influentes de diferentes círculos sociais e políticos.
Jordan Pavlin, editor-chefe da Knopf, descreveu a obra como “a história de uma sobrevivente determinada, que transformou sua dor em resistência”.
Mesmo após sua morte, o nome de Virginia Giuffre continua no centro do debate sobre o legado de Epstein e a responsabilização de sua rede de aliados. O lançamento de Nobody’s Girl promete reacender essas discussões em escala global.
