Clark Olofsson, o famoso criminoso sueco que se tornou peça-chave na criação do termo “síndrome de Estocolmo”, morreu aos 78 anos após uma longa doença. A morte ocorreu no Hospital Arvika, em Holm, e foi confirmada por familiares ao jornal local Dagens ETC.
Olofsson ficou mundialmente conhecido após sua participação no assalto ao banco Kreditbanken, em Estocolmo, em 1973. Ao lado do parceiro Jan-Erik Olsson, ele manteve quatro reféns por cinco dias. O que chocou o público na época foi a reação das vítimas, que passaram a defender os sequestradores — comportamento que acabou nomeando um fenômeno psicológico estudado até hoje.
Na ocasião, a refém Kristin Ehnmark chegou a desafiar ordens da polícia, temendo que os criminosos fossem mortos antes de deixarem o banco. O caso foi amplamente coberto pela mídia e mudou a forma como o mundo compreende relações entre vítimas e agressores.
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Mesmo após o fim do sequestro, Olofsson continuou envolvido em crimes. Fugiu da prisão, assaltou bancos em outros países, viajou pela Europa com identidades falsas e participou de uma série de roubos audaciosos. Em 1976, protagonizou o maior assalto da Suécia até então. Anos depois, seria preso por tráfico de drogas, permanecendo encarcerado até 2018.
Sua trajetória inspirou filmes e séries. Em 2019, foi interpretado por Ethan Hawke no longa Estocolmo. Anteriormente, ajudou a roteirizar um filme sueco sobre sua própria vida, e mais recentemente virou personagem da série Clark, produzida pela Netflix.
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Com uma vida marcada por crimes, fugas cinematográficas e fama internacional, Clark Olofsson se despede como um dos criminosos mais emblemáticos da história moderna — símbolo de um episódio que transformou o olhar da psicologia sobre o comportamento humano em situações-limite.