Um homem de 32 anos, resgatado em fevereiro deste ano em Waterbury, Connecticut, foi mantido em cativeiro por duas décadas pelo pai e pela madrasta. No momento do resgate, pesava apenas 32 quilos. A vítima conseguiu chamar a atenção das autoridades ao provocar um incêndio na casa onde vivia.
Entre 1996 e 2005, vizinhos, professores e colegas de escola apresentaram pelo menos seis denúncias ao Departamento de Crianças e Famílias (DCF) sobre possíveis maus-tratos e negligência, mas todas foram arquivadas por falta de provas. Na época, a lei estadual permitia entrevistas com crianças sem o consentimento dos pais apenas em casos de abuso comprovado, o que limitou a investigação das suspeitas.
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Segundo a comissária do DCF, Jodi Hill-Lilly, as visitas — agendadas e não agendadas — seguiam os protocolos vigentes. Documentos policiais mostram que, após o menino ser retirado da escola, houve pelo menos duas chamadas à polícia. Em 2005, a madrasta afirmou aos agentes que ele recebia educação em casa.
No hospital, o homem relatou ter passado a maior parte da vida em um quarto pequeno, sem cuidados médicos, alimentando-se de restos de comida e usando jornais como banheiro. Aos 12 ou 13 anos, tentou fugir, mas a tentativa resultou em barreiras adicionais para impedir novas escapadas.
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A madrasta, Kimberly Sullivan, responde por acusações de sequestro, cárcere privado e crueldade. A defesa pede acesso completo aos registros médicos da vítima, enquanto a acusação busca proteger sua identidade — que foi alterada para garantir segurança. O caso segue sob investigação criminal.