Em sua recém-lançada autobiografia Hope (Esperança), o Papa Francisco revelou ter sido alvo de duas tentativas de atentado durante sua visita ao Iraque em 2021. A viagem, marcada por simbolismo e riscos, foi a primeira de um líder da Igreja Católica ao país, ocorrendo em um cenário de instabilidade e tensões regionais.
Trechos do livro foram divulgados pelo jornal italiano Corriere della Sera nesta terça-feira, trazendo detalhes até então desconhecidos sobre as ameaças. De acordo com Francisco, logo após desembarcar em Bagdá, as forças de segurança iraquianas o alertaram sobre dois planos distintos para atacá-lo.
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“Uma jovem mulher carregada de explosivos pretendia se explodir durante minha passagem por Mosul, e uma van foi interceptada a caminho com o mesmo objetivo”, descreveu o pontífice. Segundo o relato, as ameaças foram identificadas por serviços de inteligência britânicos, que notificaram o Vaticano.
Francisco também mencionou um breve diálogo com um comandante iraquiano sobre o destino dos responsáveis pelos ataques frustrados. “Ele apenas disse: ‘Eles não existem mais’. A polícia os interceptou e agiu para evitar o atentado”, revelou o Papa, sem fornecer mais detalhes sobre as operações.
A visita a Mosul, uma cidade marcada pela destruição durante o domínio do grupo Estado Islâmico entre 2014 e 2017, foi um dos pontos mais emblemáticos da viagem. Igrejas e centros históricos foram devastados durante o conflito, tornando a passagem do Papa um gesto de reconciliação e esperança para a população local.
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Na ocasião, milhares de agentes de segurança foram mobilizados para garantir a proteção do líder religioso. O Vaticano, no entanto, optou por manter em sigilo as informações sobre as ameaças, garantindo que a visita ocorresse sem interrupções.
Com a divulgação das memórias, as revelações reforçam os riscos enfrentados pelo Papa Francisco ao longo de seu pontificado, marcado por viagens a regiões em conflito e pela busca de diálogo em meio a cenários de tensão global.