Em sua primeira grande entrevista desde que assumiu o comando da Igreja Católica, o Papa Leão XIV deixou claro que não pretende promover mudanças em temas considerados sensíveis pela doutrina, como a ordenação de mulheres e o reconhecimento de fiéis LGBTQIA+. As declarações foram publicadas em uma biografia recém-lançada sobre o pontífice.
De acordo com Leão XIV, a questão da ordenação feminina permanece “encerrada” para o Vaticano, apesar de discussões recentes em assembleias internacionais. O papa afirmou que todos são bem-vindos à Igreja, independentemente da identidade sexual, mas frisou que essa acolhida não se traduz em revisão das regras oficiais.
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Defesa da família tradicional
O líder católico também classificou o debate sobre a comunidade LGBTQIA+ como “altamente polarizador” e considerou improvável qualquer alteração doutrinária no futuro próximo. Ele reiterou a defesa da chamada família tradicional, formada por pai, mãe e filhos, como estrutura essencial para a sociedade contemporânea.
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Continuidade administrativa
Apesar da postura conservadora em relação à doutrina, Leão XIV indicou que dará continuidade às iniciativas do Papa Francisco que ampliaram o espaço das mulheres em funções administrativas e de liderança dentro da Igreja.
Outro ponto abordado foi a crise de abusos sexuais, tema que o pontífice disse tratar com seriedade, defendendo que as vítimas recebam respeito e dignidade. No entanto, destacou que a missão da Igreja não pode se restringir apenas a esse debate, mas deve englobar o acolhimento e a evangelização.
Com essa entrevista, Leão XIV deixa evidente sua intenção de equilibrar gestos de abertura herdados de Francisco com a preservação das tradições doutrinárias da Igreja.