Mais de 130 anos após a inauguração da Torre Eiffel, autoridades de Paris querem corrigir uma lacuna histórica: incluir os nomes de 72 mulheres cientistas na base do monumento. Desde 1889, apenas homens têm seus nomes gravados na estrutura.
A proposta foi apresentada nesta sexta-feira (5) por uma comissão de especialistas à prefeita Anne Hidalgo. O objetivo é enfrentar o chamado “efeito Matilda”, termo criado pela historiadora Margaret Rossiter em 1993 para descrever a sistemática exclusão das mulheres do reconhecimento científico.
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Na primeira plataforma da torre, projetada por Gustave Eiffel, estão inscritos em letras douradas os nomes de 72 intelectuais franceses que viveram entre 1789 e 1889. Todos homens.
Agora, a comissão sugere uma retificação: gravar também os nomes de mulheres que, ao longo da história, tiveram papéis fundamentais no avanço da ciência e da tecnologia.
A lista de candidatas será apresentada à prefeita ainda este ano. Os critérios priorizam mulheres já falecidas, em especial francesas, cujas contribuições científicas tenham deixado impacto duradouro.
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Símbolo mundial e um dos pontos turísticos mais visitados do planeta — com cerca de 7 milhões de visitantes anuais —, a Torre Eiffel passará a refletir também o protagonismo feminino na ciência.
Segundo os especialistas, a mudança será não apenas uma homenagem, mas um gesto de reparação histórica e de promoção da igualdade de gênero.