Em um discurso carregado de crítica política e ironia, o deputado francês Raphaël Glucksmann provocou polêmica ao sugerir que a Estátua da Liberdade, símbolo máximo dos ideais democráticos dos Estados Unidos, deveria ser devolvida à França.
A declaração foi feita como resposta às ações do ex-presidente Donald Trump, especialmente em relação ao endurecimento contra imigrantes, ao enfraquecimento do apoio à Ucrânia e aos cortes em áreas de pesquisa científica e climática. Segundo o parlamentar, o governo americano estaria traindo os princípios que a estátua representa.
“Ela foi um presente, mas parece que já não tem mais valor por aqui. Então talvez seja melhor que volte para casa”, afirmou Glucksmann, durante discurso público no último fim de semana.
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O deputado, que integra o bloco socialista europeu, destacou ainda o desprezo do governo Trump pela ciência e pela liberdade acadêmica. Ele fez um convite simbólico a pesquisadores e cientistas americanos que se sentem perseguidos, dizendo que a França estaria pronta para acolhê-los.
A Estátua da Liberdade, como lembra o parlamentar, foi enviada pelos franceses aos Estados Unidos em 1884, como sinal de amizade e para celebrar os 100 anos da independência americana. Localizada em Nova York, a escultura se transformou em um dos ícones mais reconhecidos da democracia ocidental.
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A resposta da Casa Branca veio logo depois. A porta-voz Karoline Leavitt ironizou a fala de Glucksmann, lembrando a participação crucial dos Estados Unidos na libertação da França durante a Segunda Guerra Mundial. “É apenas graças aos americanos que os franceses não falam alemão hoje”, afirmou.
Apesar da tensão retórica, não há qualquer sinal de que a estátua será removida ou que o comentário de Glucksmann vá além de uma crítica simbólica ao atual cenário político norte-americano. Ainda assim, a fala reacendeu reflexões sobre o verdadeiro significado da liberdade — e sobre quem, de fato, a está representando.