Uma caminhada pelos Alpes Suíços quase terminou em tragédia para um homem que despencou em uma fenda de gelo na Geleira Fee, próxima à fronteira com a Itália. O que poderia ter sido fatal ganhou contornos de alívio graças ao companheirismo de um pequeno cão, que acabou se tornando peça-chave para o resgate.
Na tarde de sexta-feira (4), o homem e seu cachorro exploravam a geleira quando, segundo relato da empresa de resgate Air Zermatt, o piso de neve cedeu de repente, formando uma abertura de cerca de oito metros de profundidade. Isolado em meio à neve e ao gelo, o homem ainda conseguiu acionar um walkie-talkie amador para pedir socorro. Embora alguém tenha ouvido o chamado, localizar exatamente o ponto foi um desafio — a região fica a aproximadamente 3.200 metros de altitude e possui uma vasta extensão de gelo.
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Foi então que a lealdade do cão mudou o rumo da história. Enquanto o tutor permanecia preso na fenda, o animal ficou ao lado da abertura, tremendo e emitindo latidos que chamaram a atenção da equipe de três especialistas enviada para as buscas. Um dos socorristas notou o pequeno movimento ao longe e seguiu até o local, encontrando o cão e, logo abaixo, o homem.
“Ele pode ter salvado a vida do dono”, afirmou a Air Zermatt, que descreveu o animal como um “herói de quatro patas”. Após o resgate, ambos foram levados a um hospital da região para avaliação.
Curiosamente, as primeiras informações apontavam que o cão fosse um chihuahua, mas imagens publicadas pelo jornal alemão Bild sugerem que ele seria um papillon, um tipo de spaniel conhecido pelas orelhas grandes e pelo comportamento alerta.
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O episódio ocorre em meio a alertas recorrentes das autoridades sobre os riscos de caminhar pelas geleiras sem o devido preparo. Apenas nas duas semanas anteriores ao acidente, a Air Zermatt já havia realizado sete operações semelhantes por causa de fendas ocultas pelo manto de neve.
Embora os tradicionais cães São Bernardo tenham marcado a história dos resgates nos Alpes, salvando milhares de viajantes em passagens montanhosas, atualmente helicópteros e sensores térmicos são cada vez mais utilizados. Mesmo assim, desta vez, foi a coragem e o instinto de um pequeno cão doméstico que fizeram toda a diferença.
