Pesquisadores brasileiros identificaram uma bactéria capaz de transformar lixo plástico em bioplástico. A pesquisa, publicada no periódico Science of The Total Environment, revelou que esses microrganismos degradam plásticos como PET e polietileno. Além disso, os pesquisadores mapearam as enzimas e as vias bioquímicas envolvidas no processo. Esse avanço pode oferecer uma alternativa sustentável para reduzir a poluição por plásticos.
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A indústria descarta cerca de 350 milhões de toneladas de plástico por ano, mas apenas 15% desse total passa por reciclagem. A maior parte dos resíduos vai para aterros sanitários ou incineração, agravando o problema ambiental. A reciclagem tradicional não resolve a questão, pois gera plásticos de menor qualidade. No entanto, a bactéria Pseudomonas sp BR4, descoberta pelos cientistas, consegue decompor o PET e produzir polihidroxibutirato (PHB), um bioplástico mais resistente e flexível.
Os pesquisadores analisaram 80 bactérias presentes em solos contaminados por plástico e identificaram genes e enzimas essenciais para a degradação dos polímeros. Eles também descobriram que os microrganismos trabalham em cooperação para decompor os materiais com mais eficiência. Com essa abordagem, os cientistas podem desenvolver soluções para outros tipos de plástico, ampliando as aplicações da biotecnologia sustentável.
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Com apoio da FAPESP, os pesquisadores agora buscam aprimorar as enzimas para degradar plásticos ainda mais resistentes. Além da produção de bioplásticos, eles exploram o potencial dos microrganismos para gerar compostos úteis nas indústrias de agricultura, cosméticos e alimentos. Apesar dos avanços, ainda precisam testar essas soluções em larga escala para validar sua eficácia no meio ambiente.
A pesquisa foi coordenada por Fábio Squina, professor da Universidade de Sorocaba (Uniso). Além disso, o estudo envolveu colaboradores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal do ABC (UFABC).
