Piloto que tentou desligar motores de avião pede desculpas em tribunal nos EUA

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O ex-piloto da Alaska Airlines, Joseph D. Emerson, de 46 anos, pediu desculpas em tribunal após protagonizar um episódio que quase terminou em tragédia nos Estados Unidos. Durante um voo da Horizon Air, em 22 de outubro de 2023, ele tentou desligar os motores da aeronave ao acionar as alavancas do sistema de supressão de incêndio.

Emerson, que estava na cabine auxiliar, revelou que passava por um “colapso nervoso” e lidava com depressão. Ele relatou ainda estar em recuperação do alcoolismo e afirmou não ter tido a intenção de ferir passageiros ou colegas de trabalho.

“O que aconteceu foi errado e não deveria ter acontecido. Assumo a responsabilidade e quero melhorar minha vida, me tornar uma pessoa melhor”, declarou no tribunal do Condado de Multnomah, em Portland, Oregon.

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O incidente em voo

Segundo a investigação, Emerson havia consumido cogumelos psicodélicos dois dias antes, durante uma viagem com amigos, para lidar com o luto pela morte de um amigo próximo. Ele contou que ainda sofria alucinações quando tentou desligar os motores.

Os pilotos da aeronave conseguiram impedir a ação e evitaram o desligamento dos motores. Após o incidente, Emerson deixou a cabine e pediu a uma comissária que o algemasse, mas ainda tentou puxar a alavanca de uma porta de emergência antes de ser contido definitivamente. O voo foi desviado para Portland, onde ele foi detido.

Condenação

No julgamento estadual, Emerson não contestou 83 acusações de risco aos passageiros e uma de colocar em perigo a aeronave. Ele foi condenado a 664 horas de serviço comunitário e terá de pagar US$ 59,6 mil (cerca de R$ 322 mil) em restituição à Alaska Airlines.

Em âmbito federal, o ex-piloto se declarou culpado por interferência com a tripulação, crime que pode resultar em até 20 anos de prisão. A sentença está prevista para 17 de novembro. Procuradores devem recomendar um ano de prisão, enquanto a defesa pede liberdade condicional.

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Saúde mental na aviação

O caso reacendeu o debate sobre saúde mental entre pilotos. Passageiros do voo cobraram mudanças nas regras da Administração Federal de Aviação (FAA), que afastam profissionais diagnosticados com depressão. Pesquisas mostram que mais da metade dos pilotos nos EUA já evitou buscar tratamento por medo de perder a certificação.

Após o episódio, a FAA organizou uma cúpula sobre o tema e implementou parte das 24 recomendações de um painel independente para reduzir barreiras no acesso a cuidados psicológicos.

Emerson e sua esposa fundaram uma organização sem fins lucrativos para apoiar pilotos com transtornos mentais. Desde então, ele tem percorrido o país de ônibus e carro, levando a discussão para dentro da categoria.

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