Uma polêmica envolvendo a Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA) trouxe à tona debates sobre racismo e liberdade religiosa. Um comunicado divulgado pela instituição em 3 de dezembro estabelecia uma série de proibições, incluindo o uso de penteados afro e acessórios específicos. A medida provocou indignação e levou o Movimento Negro Evangélico a protocolar uma denúncia junto ao Ministério Público de São Paulo.
No comunicado, a igreja justificava as restrições como orientações voltadas à “santidade e modéstia cristã”. Entre as exigências, estavam a proibição de roupas justas, maquiagens, sobrancelhas de henna, barba por fazer e, para as mulheres, calças compridas e cortes de cabelo. A penalidade para quem descumprisse as normas era o afastamento das atividades religiosas e eventos da igreja.
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A menção ao penteado afro como uma prática proibida gerou acusações de discriminação racial. A denúncia foi encaminhada ao Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (Gecradi), que agora investiga o caso.
Após a repercussão negativa, a IPDA declarou que a proibição “não está mais em vigor” e afirmou repudiar qualquer ato de discriminação. A instituição informou ainda que está apurando como o comunicado foi divulgado, alegando que ele “não reflete os valores cristãos defendidos pela igreja”.
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O caso reacende discussões sobre os limites entre orientações religiosas e práticas discriminatórias, destacando a necessidade de um equilíbrio que respeite tanto a liberdade de crença quanto os direitos individuais.