Uma iniciativa para recriar combates de gladiadores no Coliseu, em Roma, reacendeu o debate sobre o uso comercial de patrimônios históricos. Planejada para maio de 2025, a ação é uma parceria entre o Parque Arqueológico do Coliseu e a plataforma Airbnb, como parte da divulgação do filme Gladiador 2.
A proposta prevê a participação de 16 turistas que terão a chance de usar réplicas de armaduras romanas, encenar lutas simbólicas no anfiteatro e desfrutar de um banquete inspirado na gastronomia da Roma antiga. Embora o evento seja gratuito para os selecionados, os participantes deverão arcar com seus custos de viagem e hospedagem. Em troca, o Airbnb se comprometeu a realizar uma doação ao parque arqueológico.
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Apesar do apelo turístico e cultural da proposta, a ideia gerou críticas contundentes. Massimiliano Smeriglio, secretário municipal de Cultura, expressou preocupação com a “mercantilização” de um dos monumentos mais importantes do mundo. Ele argumenta que transformar o Coliseu em um cenário de entretenimento compromete seu significado histórico e cultural.
“Não podemos permitir que o Coliseu seja reduzido a uma atração de parque temático”, afirmou Smeriglio, que enviou uma carta ao CEO do Airbnb pedindo o cancelamento do evento.
O Partido Democrático (PD), de orientação centro-esquerda, também se posicionou contra a iniciativa, acusando a plataforma de tratar Roma como “uma Disneylândia”.
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As inscrições para o evento estão abertas entre 27 de novembro e 10 de dezembro deste ano, enquanto o debate sobre sua realização continua. A decisão final pode definir novos limites para o uso comercial de patrimônios históricos na Itália.
A controvérsia destaca o desafio de equilibrar inovação e preservação cultural, especialmente em um local icônico como o Coliseu, que carrega quase dois mil anos de história.