Um levantamento recente da associação Rete l’Abuso, principal entidade italiana de apoio a vítimas de violência religiosa, revelou um panorama alarmante. Desde 2020, quase 4.400 casos de abuso sexual cometidos por padres foram registrados na Itália, segundo dados obtidos pela agência Reuters.
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De acordo com o relatório, foram identificados 1.250 episódios suspeitos, muitos deles envolvendo mais de uma vítima. Ademais, mais de 1.100 padres aparecem entre os investigados, bem como freiras, professores de religião, educadores e voluntários ligados à estrutura eclesiástica.
O número de pessoas afetadas é igualmente chocante. Ao todo, 4.625 vítimas foram contabilizadas, sendo 4.395 delas abusadas por sacerdotes, conforme informou a Reuters. Além disso, o estudo reforça que boa parte dos casos ocorreu dentro de instituições de ensino ou projetos sociais mantidos pela Igreja.
A divulgação do relatório ocorre poucos dias após um gesto simbólico do Papa Leão XIV, que se reuniu, pela primeira vez, com vítimas de abusos cometidos por membros do clero. Conforme observadores do Vaticano, o encontro representa uma tentativa de reconstruir a confiança pública e atender à crescente pressão por transparência e responsabilização dentro da Igreja Católica. Com informações de Jornal Globo.
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Ainda que o gesto do pontífice sinalize abertura, especialistas alertam que a transformação institucional exige mais do que simbolismo. É necessário fortalecer mecanismos de denúncia, ampliar investigações e garantir proteção às vítimas. Afinal, o silêncio histórico que encobriu esses crimes começa, enfim, a ser rompido.
