A serpente d’água Helicops boitata, réptil do Pantanal, enfrenta o risco de extinção. A ciência reconheceu a espécie em 2019 como a única exclusiva do bioma. No entanto, os incêndios recorrentes estão ameaçando sua sobrevivência. Um estudo recente, publicado na revista “Biodiversidade Brasileira”, mostrou os impactos devastadores do fogo sobre a fauna local.
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Pesquisadores monitoraram a região entre 2020 e 2023 e, durante esse período, identificaram um grande número de répteis mortos após os incêndios. A Helicops boitata foi uma das mais afetadas, com carcaças encontradas em grupos e sinais de queimaduras. Além disso, a serpente depende de corpos d’água, mas o fogo está destruindo esses locais, o que agrava ainda mais a situação.
Os cientistas alertam que o Pantanal enfrenta um ciclo vicioso. O fogo ocorre em plena estação seca, quando a falta de água já dificulta a sobrevivência dos animais. Como resultado, isso cria um “vórtex de extinção”. A espécie foi, portanto, classificada como ameaçada de extinção e será incluída na lista oficial de fauna ameaçada do Brasil.
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Apesar disso, o estudo revela que os métodos de monitoramento ainda não são suficientes para medir todos os impactos do fogo e da seca. Outras espécies endêmicas e possivelmente desconhecidas também correm risco. Por fim, o alerta é claro: o Pantanal precisa de medidas mais eficazes para proteger sua biodiversidade.