A Tailândia está prestes a alcançar um marco histórico com a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, tornando-se o primeiro país do Sudeste Asiático a reconhecer esse direito. A medida, que entra em vigor nesta quinta-feira, 23, é resultado de uma longa jornada de mais de uma década de reivindicações da comunidade LGBTQIAP+ local.
Com a nova legislação, casais do mesmo sexo terão os mesmos direitos legais concedidos a casais heterossexuais, incluindo acesso a benefícios financeiros, reconhecimento médico, direitos de adoção e herança. Essa conquista simboliza um avanço significativo na luta por igualdade no país, conhecido por sua diversidade cultural e acolhimento de pessoas LGBTQIAP+.
Durante um evento recente, a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra destacou a importância da decisão. “Hoje, mostramos que a Tailândia está pronta para abraçar o amor em todas as suas formas e para celebrar a diversidade que enriquece nossa sociedade”, afirmou.
A expectativa é que o início da vigência da lei seja comemorado com festividades por todo o país. A Bangkok Pride, responsável por organizar eventos anuais de celebração LGBTQIAP+, já confirmou a realização de um casamento coletivo na capital, com mais de 200 casais inscritos. A ocasião será marcada por desfiles, performances de artistas locais e um “tapete do orgulho” em homenagem aos novos casais.
Embora a decisão represente um passo importante para os direitos LGBTQIAP+, especialistas em direitos humanos ressaltam que a Tailândia pode ser uma exceção no continente asiático, onde poucos países reconhecem o casamento igualitário. Atualmente, apenas Taiwan, desde 2019, e o Nepal, a partir de 2023, aprovaram medidas semelhantes na região.
Outro desafio destacado é a necessidade de maior inclusão para pessoas transgênero. Apesar da legalização, indivíduos trans na Tailândia ainda enfrentam restrições quanto à alteração de identidade de gênero em documentos oficiais, o que limita o pleno reconhecimento de suas identidades. Segundo a Asia Pacific Transgender Network, o país abriga mais de 300 mil pessoas trans, que, embora amplamente aceitas em alguns aspectos da cultura local, continuam enfrentando discriminação em diversas esferas sociais.
Com esse novo capítulo, a Tailândia reafirma seu compromisso com a diversidade, mas a luta por igualdade completa permanece em pauta, com demandas por direitos mais amplos e inclusivos para todas as pessoas LGBTQIAP+.