Tempestade solar não causou falhas em redes na Espanha, dizem especialistas

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As falhas nas redes móveis registradas na última segunda-feira (20) em partes da Espanha reacenderam teorias nas redes sociais que atribuem o problema a uma nova tempestade solar. No entanto, especialistas em clima espacial desmentem essa hipótese, afirmando que não houve atividade solar significativa nos dias que antecederam o incidente.

As especulações surgem semanas após um apagão que atingiu a Península Ibérica em abril e gerou teorias semelhantes. “É o Sol e as tempestades solares! Foi o mesmo que causou falhas em Portugal, Macedônia, Indonésia, América do Sul e etc em menos de um mês”, afirmou um usuário no X (antigo Twitter), em uma das postagens que viralizou. A informação, no entanto, não tem respaldo científico.

De acordo com o astrofísico Scott McIntosh, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA, não houve eventos solares relevantes de 72 a 24 horas antes das falhas na comunicação. “Isso invalida qualquer relação entre o clima espacial e os blecautes recentes na Espanha”, disse McIntosh ao site Space.com.

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Tempestades solares: quando causam danos?

Embora a atividade solar possa, sim, afetar tecnologias na Terra — como sistemas de navegação por GPS, satélites e até redes elétricas — isso só acontece em casos extremos, como grandes erupções solares ou ejeções de massa coronal (EMC), o que não foi registrado recentemente.

Esses eventos envolvem intensas explosões de radiação eletromagnética ou nuvens de plasma que, ao interagir com o campo magnético da Terra, podem gerar auroras boreais ou perturbações tecnológicas. “Acho que está bem claro que o clima espacial não foi a causa da queda dramática de energia na Espanha, como muitos rumores sugeriram”, reforçou o físico solar Pål Brekke.

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Além disso, segundo os especialistas, a latitude da Espanha torna o país menos suscetível a efeitos diretos de tempestades solares. Regiões mais próximas aos polos magnéticos — como Canadá, Escandinávia e o nordeste europeu — são as mais vulneráveis a esse tipo de interferência.

“Se o impacto tivesse sido forte o suficiente para afetar a Espanha, países ao norte, com redes elétricas mais expostas, também teriam sido atingidos”, concluiu Brekke.

A causa exata das falhas na rede móvel ainda está sendo investigada, mas até o momento, não há qualquer evidência de que tenha relação com o clima espacial.

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