O Vaticano decidiu fechar o Mosteiro Carmelita da Santíssima Trindade, em Arlington, Texas, após uma freira quebrar o voto de castidade com um padre. O bispo Michael Olson, da Diocese de Fort Worth, anunciou a decisão em 2 de dezembro de 2024. O decreto, assinado pelo Cardeal João Braz de Aviz e pela Irmã Simona Brambilla, justifica a ação pela “notória deserção da fé católica”.
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O conflito começou em abril de 2023, quando o bispo Olson iniciou uma investigação contra a prioresa, madre Teresa Agnes Gerlach. Olson afirmou que Gerlach admitiu quebrar seu voto de castidade em um caso com um padre, conduzido por telefone. Ele registrou a admissão em uma audiência judicial civil, embora Gerlach tenha alegado estar sob efeito de analgésicos no momento.
Em resposta, as freiras do mosteiro processaram Olson em maio de 2023, acusando-o de violar sua privacidade e prejudicar seu bem-estar. O bispo, por sua vez, declarou Gerlach culpada e a demitiu da vida religiosa.
Divergências e ruptura com o Vaticano
Apesar da decisão do bispo, as freiras resistiram. Em setembro de 2024, elas se uniram à Sociedade de São Pio X (FSSPX), uma organização tradicionalista com status canonicamente irregular. Além disso, rejeitaram a autoridade de madre Maria da Encarnação, superiora nomeada pelo Vaticano.
Madre Maria anunciou em outubro de 2024 que as freiras haviam sido dispensadas da Ordem dos Carmelitas Descalços e retornado ao estado laical. Contudo, as ex-freiras declararam que a decisão era inválida, citando sua afiliação à FSSPX.
Decisão final do Vaticano
O Vaticano emitiu o decreto de supressão em 28 de novembro, declarando o mosteiro extinto. O bispo Olson ressaltou que o local “não existe mais” e que as ex-freiras “não são carmelitas nem freiras”, apesar de suas afirmações públicas. Ele também alertou os católicos a não frequentarem as missas no antigo mosteiro, classificando-as como ilícitas.
O Vaticano expressou gratidão ao bispo Olson por seu “serviço heróico” diante das “dificuldades e atenção pública injustificada”. O dicastério pediu orações pelos fiéis da diocese e pelas ex-freiras, esperando sua reconciliação com a Igreja.
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O bispo Olson também pediu orações pela conversão das ex-freiras, lamentando os eventos que causaram “grande tristeza” à Igreja local e “uma ferida profunda no Corpo de Cristo”. Ele afirmou seu desejo de que elas encontrem graça e paz em Cristo.
O fechamento do mosteiro encerra uma disputa marcada por divisões internas, questões de autoridade e desafios à unidade da fé. Contudo, o futuro das ex-freiras e sua relação com a Igreja Católica permanecem incertos.